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Foto do escritorBruna Fernandes

As dietas do Cachorro Verde são adequadas para comercialização?

Hoje vamos de uma pequena polêmica 👀


Constantemente recebo dúvidas sobre os cursos do Cachorro Verde, se as dietas ensinadas podem ser comercializadas e etc. E, embora eu admire enormemente a Dra Sylvia Angélico, e já tenha até feito todos os cursos dela, as dietas ensinadas hoje nos cursos abertos ao público não são adequadas para a comercialização.


Inclusive ela avisa isso no site, sabiam?


- Trecho retirado da página https://www.cachorroverde.com.br/cursos/ :


"Estou pensando em fazer dietas caseiras/petiscos naturais pra vender. Algum desses cursos poderá me ajudar nesse sentido?

Nossos cursos abordam somente o preparo caseiro de dietas para pets. Recomendamos que você busque a consultoria de um zootecnista ou veterinário especializado ou experiente na área de Alimentação Natural comercial – as abordagens e exigências são diferentes e bastante específicas para se obter a permissão de comercializar alimentos para pets. E boa sorte com o seu empreendimento! 🙂"


E eu sei que muitos de vocês questionam "mas como essas dietas podem ser feitas em casa pelos tutores para seus pets, mas não podem ser comercializadas para que esses mesmos tutores comprem?" E a resposta requer um pouco de contexto, mas não é complicada de entender, vejam:


Dentro da nutrição pet, temos várias vertentes que os profissionais seguem para a formulação de dietas e, apesar de todas visarem o bem estar dos animais através da alimentação, elas seguem métodos, conceitos e filosofias diferentes para isso, o que não quer dizer que haja uma certa ou errada. Falando brevemente, temos a nutrição mais tradicional, que se baseia em informações mais técnicas vindas de trabalhos científicos, cálculos de necessidade energética por peso metabólico, e nos guias internacionais de recomendação nutricional (FEDIAF 2021, AAFCO 2014 e/ou NRC 2006, dando preferência aos guias mais atualizados), para a formulação de dietas para cães e gatos, sejam elas rações ou dietas caseiras, usando tanto ingredientes naturais quanto sintéticos, bem como suplementos, para para o fornecimento de nutrientes essenciais.


Já na vertente da nutrição mais natural, no geral, defende-se que a dieta deve ser sempre o mais próxima possível ao que os animais que deram origem aos nossos cães e gatos ingeriam na natureza, e que é possível obter os nutrientes essenciais utilizando apenas de ingredientes naturais na elaboração da dieta natural, nas quantidades mínimas necessárias. Na maioria das vezes, usando como referência os conceitos do NRC 2006, observações de canídeos e felinos selvagens e também trabalhos científicos. Os cálculos utilizados para a elaboração das dietas geralmente é baseado em quantidade de alimento por porcentagem de peso vivo do animal.


Quero deixar claro que estes conceitos não estão em lei ou livro nenhum, e que essa é uma interpretação generalista minha, pra explicar de forma mais didática pra vocês.


Dentro dessas vertentes ainda existem outras "sub-vertentes", e também ocorrem casos em que os profissionais seguem conceitos das duas filosofias (meu caso!), então não quero dizer aqui que existam apenas esses dois tipos de profissionais, ou, apenas esses dois "lados" da nutrição, mas uma coisa é fato: o Ministério da Agricultura precisa por lei garantir ao consumidor um produto seguro, tanto em níveis nutricionais quanto em questão de higiene, e como a nutrição tradicional é a que tem, hoje, mais estudos científicos que comprovem seus conceitos, o MAPA se baseia nela para definir como deve ser o alimento comercializado para animais de companhia.


A Dra Sylvia, em geral, se baseia mais nos conceitos da nutrição natural do que da nutrição tradicional, e assim são também as dietas ensinadas nos cursos para o público geral em seu site. E, então, por isso ela mesma já avisa que as dietas ensinadas não são adequadas para a comercialização.

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